segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O QUE É SOCIOLOGIA - CARLOS BENEDITO MARTINS

     De acordo com a leitura do texto, o autor Carlos Benedito Martins, aborda as questões relacionadas ao surgimento e desenvolvimento da sociologia, visando as idéias de vários filósofos, cientistas e pensadores intelectuais.
     O século XVIII constituiu um marco importante para o surgimento da sociologia que se deu com a decadência do sistema feudal e da consolidação do capitalismo.
      A Revolução Industrial e Francesa constituía os dois lados de um mesmo processo e foi a partir daí que a sociologia ganhou força maior, porque alterou a organização da vida social da época, não esquecendo de que neste século as transformações econômicas, políticas e culturais se aceleram ainda mais e colocam problemas inéditos para o homem.
     A partir dessa força que ela ganha, criam-se novas concepções nos campos sociais, financeiros, políticos e culturais e busca manter o equilíbrio da sociedade e passa a adotar uma postura conservadora.
     O surgimento da sociologia quase sempre se prende aos abalos provocados pela Revolução Industrial e pelas novas condições de existência por ela criadas. Mas outro fato que também contribuiu, foram as modificações que ocorreram nas formas de pensamento. O pensamento possuía uma visão sobrenatural para explicar os fatos. O método científico foi usado para explicar a natureza e foi conhecida como uma fase de grandes progressos.
     Em meados do século XX, a sociedade passou por um período de caos e de desordem e a tarefa que os fundadores da sociologia assumiram foi a de estabilizar a nova ordem. Pois a ciência assumiria como tarefa intelectual repensar o problema da ordem social e enfatizar a importância de instituições como a autoridade, família, hierarquia social e destacar sua importância para o estudo da sociedade.
      No período do surgimento da sociologia, os que não possuíam os meios de produção irão basear-se em um referencial teórico para levar adiante as lutas de classes. Nesse caso, a sociologia não seria apenas meras tentativas de reflexões e passa a ter intenções práticas. Portanto, a oficialização da sociologia cria uma base para o conhecimento da realidade social e procura criar objeto autônomo.
     A formação da sociologia se deu a partir do antagonismo que existia na sociedade capitalista. Vários conservadores consideravam as crenças iluministas como aniquiladoras da propriedade, da religião e da própria vida. Na visão desses conservadores, a sociedade estava em declínio. Alguns positivistas iniciaram o trabalho com o propósito de revisar uma série de idéias dos conservadores, com o objetivo de defender os interesses dominantes.
     Saint- Simon (1760-1825) é considerado um dos fundadores do positivismo e acredita que o progresso da economia iria contribuir para a ordem social. Ele pretendia satisfazer todas as necessidades humanas e constituía a única fonte de riqueza e prosperidade. Também acreditava que o progresso da economia acabaria com os conflitos existentes na sociedade. Não ocultou de forma alguma a sua crença, de que as melhorias na vida dos trabalhadores deveriam ser iniciativa da elite. A partir daí, Engels observou nas idéias de Saint-Simon, o renascer de futuras idéias socialistas.
     August Comte (1798-1857), pensador menos original, foi secretário de Simon durante certo período e deve suas principais idéias a ele. Ele achava que era necessário restabelecer a ordem juntamente com o progresso para construir uma sociedade mais equilibrada, criando um conjunto de crenças comuns a todos os homens. Para Comte, o coroamento da evolução do conhecimento científico era constituído em várias áreas do saber e considerava um dos pontos altos de sua sociologia a reconciliação entre a ordem e o progresso.
     Também para Durkheim (1858-1917), a questão da ordem social seria uma preocupação constante e ocupou-se em estabelecer o objeto de estudo da sociologia, assim como indicar o seu método de investigação. Foi através dele que a sociologia penetrou a Universidade, conferindo a essa disciplina o seu reconhecimento acadêmico. Ele acreditava que a raiz dos problemas de seu tempo não era de natureza econômica e sim certa fragilidade da moral da época em orientar o comportamento dos indivíduos.
      Os dois pensadores que se destacaram na ideologia socialista foram Marx (1818-1883) e Engels (1820-1903). Estes, não estavam preocupados em fundar a sociologia como disciplina específica e deixaram um legado importante às ciências sociais: a aplicação do materialismo dialético aos fenômenos sociais. Eles chegaram à conclusão de que seria necessário situar o estudo da sociedade a partir de sua base material. Para Marx, não tinha fundamentos admitir que a economia dominasse as demais esferas da realidade social.
     Max Weber (1864-1920) tinha a intenção de conferir à sociologia uma ruptura científica. Ele buscava uma neutralidade científica que o levou a estabelecer uma rigorosa fronteira entre o cientista, homem do saber, das análises frias e penetrantes, e o político, homem de ação e de decisão comprometido com as questões práticas da vida. A idéia de uma ciência social neutra seria um argumento útil e fascinante para aqueles que viviam e iriam viver da sociologia como profissão.
      A posição de Weber, que tantas vezes provocou discussões entre os cientistas sociais constituiu ao isolar a sociologia dos movimentos revolucionários, um dos momentos decisivos da profissionalização da disciplina.
     Os clássicos da sociologia procuravam explicar as grandes transformações pela qual passavam as sociedades devido à formação e desenvolvimento do capitalismo. Suas análises também estabeleceram uma rica relação entre as situações históricas e os homens que as vivenciavam.
     O desenvolvimento desta ciência tem como fundamento a existência de uma burguesia que se distanciaria de seu projeto de igualdade e fraternidade.
     Nas três primeiras décadas deste século, embora a burguesia já mostrasse seu lado conservador, a burocratização do trabalho intelectual não era ainda uma realidade viva e concreta que inibia a imaginação dos sociólogos. A partir desse período a sociologia teve seu maior desenvolvimento em termos de pesquisa.
      A sociologia em sua visão poderia oferecer um conhecimento que possibilitasse uma intervenção racional nos problemas da sua época. As investigações de campo realizadas nos Estados Unidos depois da Primeira Guerra Mundial possibilitaram um grande avanço no levantamento de dados empíricos, desse modo, puderam desenvolver suas pesquisas no meio acadêmico.
      Portanto, percebe-se que o papel dos intelectuais e dos sociólogos de muito contribuiu para a formação e desenvolvimento de uma sociedade justa e próxima do ideal de igualdade. Os clássicos da sociologia procuram explicar as grandes transformações vivenciadas pelas nações européias em decorrência da formação e do desenvolvimento do capitalismo. Afinal, os tempos mudam, mas a sociologia acompanha o homem e o seu cotidiano, tentando explicar o manifesto de uma sociedade crítica e questionadora em relação à produção de uma postura vinculada à preservação da ordem.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Complexo de Zé Carioca - Lília Katri Moritz Schwarcz

  Em seu texto Complexo de Zé Carioca, Lília Schwarcz, cita o intelectual Sílvio Romero que na geração de 1870 já dizia haver pouca originalidade da cultura brasileira e apontava para a cópia como pista, um sinal revelador de nosso maior “mal”.
        Lília nos chama à atenção para a imagem que insistem em vincular a respeito da nossa identidade, como sendo uma espécie de mestiçagem racial e deprimente, que nos identifica moral e racionalmente.Essa mestiçagem que segundo a autora re-sigifica em malandragem, se converte em ícone nacional, pois quando se fala no jeito do brasileiro, sempre procuram definí- lo como malandro, que dá um “jeitinho” em qualquer situação.
  Essa imagem foi enfatizada com a criação do personagem Zé Carioca pela Walt Disney em 1942 para o filme “Alô; amigos”. Nessa ocasião, Zé Carioca  é introduzido com Pato Donald nas terras brasileiras, bebendo cachaça e dançando samba.

 
  O turista aqui interpreta a cultura das regiões que visita como uma seleção de monumentos.
¢O que a Disney pretendia criando o Zé Carioca?
- Num plano simbólico, pretendia mostrar os laços de afeto que uniam o Brasil aos Estados Unidos.
  O Brasil sempre foi visto com preconceito por estrangeiros devido à miscigenação de seu povo. Muitos intelectuais olhavam para essa característica nacional de forma negativa.
         O Conde Arthur de Gobineau, que esteve no Brasil em missão oficial afirmava em 1853: “Os brasileiros só tem em particular uma excessiva depravação. São todos mulatos a ralé do gênero humano, com costumes condizente". Esse é o retrato de nossa miscigenação traçado por intelectuais do mundo inteiro, e até do próprio país, a mistura de raças era vista de forma negativa.
  Somente depois de Silvio Romero escrever que: “somos um país mestiço (...) somos mestiços, se não no sangue ao menos na alma”. Foi que a miscigenação  de raças passou a ser vista de forma diferente.
         O Brasil tem uma cultura resultante da combinação de elementos das “três raças”, na verdade, a fábula das três raças criou um país teoricamente miscigenado, onde nem todos tem direito iguais, por exemplo,  no esquema brasileiro, o branco está sempre unido e em cima, enquanto o negro e  o índio formam as duas pernas de nossa sociedade estando sempre abaixo.
   “todo brasileiro,mesmo o alvo,de cabelo louro,traz na alma quando não na alma e no corpo a sombra,ou pelo menos a pinta,do indígena ou do negro”.
        A identidade surge por meio da constatação de que é a mistura racial que nos particulariza, sendo o mestiço a personificação da diferença.O “mito das três raças” uma reelaboração sempre metafórica desse processo constante que leva,na sociedade brasileira,o branco a empretecer e o preto a embranquecer.Símbolos étnicos viram símbolos nacionais nesse ambiente que parece ainda levar a sério a máxima de Silvio Romero,que em finais do século passado introduzida a idéia de uma “mestiçagem na alma”.

 Alunos: Alinne, Divaneide, Elaine e Valdir
2º período de Hstória
UFT