segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Complexo de Zé Carioca - Lília Katri Moritz Schwarcz

  Em seu texto Complexo de Zé Carioca, Lília Schwarcz, cita o intelectual Sílvio Romero que na geração de 1870 já dizia haver pouca originalidade da cultura brasileira e apontava para a cópia como pista, um sinal revelador de nosso maior “mal”.
        Lília nos chama à atenção para a imagem que insistem em vincular a respeito da nossa identidade, como sendo uma espécie de mestiçagem racial e deprimente, que nos identifica moral e racionalmente.Essa mestiçagem que segundo a autora re-sigifica em malandragem, se converte em ícone nacional, pois quando se fala no jeito do brasileiro, sempre procuram definí- lo como malandro, que dá um “jeitinho” em qualquer situação.
  Essa imagem foi enfatizada com a criação do personagem Zé Carioca pela Walt Disney em 1942 para o filme “Alô; amigos”. Nessa ocasião, Zé Carioca  é introduzido com Pato Donald nas terras brasileiras, bebendo cachaça e dançando samba.

 
  O turista aqui interpreta a cultura das regiões que visita como uma seleção de monumentos.
¢O que a Disney pretendia criando o Zé Carioca?
- Num plano simbólico, pretendia mostrar os laços de afeto que uniam o Brasil aos Estados Unidos.
  O Brasil sempre foi visto com preconceito por estrangeiros devido à miscigenação de seu povo. Muitos intelectuais olhavam para essa característica nacional de forma negativa.
         O Conde Arthur de Gobineau, que esteve no Brasil em missão oficial afirmava em 1853: “Os brasileiros só tem em particular uma excessiva depravação. São todos mulatos a ralé do gênero humano, com costumes condizente". Esse é o retrato de nossa miscigenação traçado por intelectuais do mundo inteiro, e até do próprio país, a mistura de raças era vista de forma negativa.
  Somente depois de Silvio Romero escrever que: “somos um país mestiço (...) somos mestiços, se não no sangue ao menos na alma”. Foi que a miscigenação  de raças passou a ser vista de forma diferente.
         O Brasil tem uma cultura resultante da combinação de elementos das “três raças”, na verdade, a fábula das três raças criou um país teoricamente miscigenado, onde nem todos tem direito iguais, por exemplo,  no esquema brasileiro, o branco está sempre unido e em cima, enquanto o negro e  o índio formam as duas pernas de nossa sociedade estando sempre abaixo.
   “todo brasileiro,mesmo o alvo,de cabelo louro,traz na alma quando não na alma e no corpo a sombra,ou pelo menos a pinta,do indígena ou do negro”.
        A identidade surge por meio da constatação de que é a mistura racial que nos particulariza, sendo o mestiço a personificação da diferença.O “mito das três raças” uma reelaboração sempre metafórica desse processo constante que leva,na sociedade brasileira,o branco a empretecer e o preto a embranquecer.Símbolos étnicos viram símbolos nacionais nesse ambiente que parece ainda levar a sério a máxima de Silvio Romero,que em finais do século passado introduzida a idéia de uma “mestiçagem na alma”.

 Alunos: Alinne, Divaneide, Elaine e Valdir
2º período de Hstória
UFT